
A “Guerra del Acre” (termo em espanhol) ou
Revolução Acreana foi a disputa do povo que ocupava o Acre contra a Bolívia. No
mês de julho de 1899 o embate foi iniciado com a proclamação da República do
Acre por Luis de Arias, seu fim deu-se em 1903, quando os brasileiros que
habitavam o Acre , sob o comando de José Plácido de Castro, venceram a disputa
armada. Com a assinatura do Tratado de Petrópolis (1903) ficou designado que a
Bolívia cederia a área ao Brasil e em troca receberia uma boa quantia em dinheiro
e a construção da estrada Mad Maria (Madeira-Mamoré).
A Revolução Acreana foi iniciada quando
José Plácido de Castro, graduado gaúcho, foi mandado ao Acre pelo então
governador Silvério Néri. Ele e seus homens dominaram a região, com exceção de
Puerto Alonso, que manteve a resistência até o início de 1903. Neste mesmo ano
foi proclamada a Terceira República do Acre, apoiada pelo Barão do Rio Branco
(Ministro do Exterior) e pelo presidente Rodrigues Alves. Assim, sob ordens do
general Olímpio da Silveira, foi estabelecido um governo militar na região.
A Bolívia, por sua vez, mandou seu
exército para enfrentar os invasores. Porém, antes que qualquer combate de
grande proporção ocorresse, os diplomatas brasileiros e o governo boliviano
resolveram a questão assinando um primeiro tratado, que foi posteriormente
endossado pelo Tratado de Petrópolis.
Em novembro de 1903, o Tratado de
Petrópolis dava à Bolívia alguns territórios brasileiros do Mato Grosso, o
equivalente a aproximadamente 206,62 milhões de dólares, se fosse em 2010, e a
construção da estrada Mad-Maria, que ligava os rios Mamoré e Madeira. Com isso,
a Bolívia poderia escoar sua produção regional de borracha.
Aprovado por uma lei federativa em 1904, o
Tratado de Petrópolis foi regulamentado por um decreto presidencial de 7 de
abril de 1904. Assim o Acre tornava-se parte do território do Brasil. O nome da
capital acreana, Rio Branco, e os municípios Assis Brasil e Plácido de Castro
são homenagens póstumas aos personagens envolvidos na questão dos tratados e da
ocorrência da Revolução Acreana.
Por Felipe Araújo
Tropa do exército acreano, em marcha, em 1902, tendo a frente Plácido de Castro.
Fontes:
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